No dia seguinte ao protesto que reuniu cem mil pessoas no Centro do Rio de Janeiro, ainda era possível encontrar as marcas do vandalismo deixadas por uma minoria. A população reagiu contrária à destruição de prédios históricos. Depois da noite de violência e caos no quarteirão da Assembleia Legislativa do Rio, a terça-feira (18) foi dedicada a limpar as marcas da depredação nas velhas calçadas de pedra portuguesa, na estátua de Tiradentes, nas paredes do Paço Imperial. “Grande maioria pacífica, no meio aparece alguns baderneiros, o que não é bom. Destroem patrimônio público, que depois nós mesmos vamos ter que pagar por isso”, diz o aposentado Antonio Galdino. No centro histórico da cidade, algumas lojas nem puderam abrir as portas. Um grupo de estudantes ocupou a escadaria da Assembleia para deixar registrado um protesto contra o vandalismo. “Não tem que protestar quebrando, tem que protestar falando”, declara uma mulher. O Comando-Geral da PM do Rio disse que o batalhão de choque só entrou em ação quando policiais foram acuados na Assembleia. “Eles colocaram fogo em uma porta lateral da Alerj, aquilo ali representou risco iminente. A partir daquela situação houve a ação do batalhão de choque”, declara o relações públicas da PM, Francisco Caldos. Durante a passeata que reuniu cem mil pessoas no centro, milhares protestaram contra o governador e o prefeito do Rio. Eduardo Paes disse que apoia as manifestações pacíficas e está aberto a conversar com as lideranças dos protestos. “Toda vez que a gente abre diálogo, a gente tem que estar aberto para todas as possibilidades. O que eu quero dizer é: a Prefeitura do Rio não reajustava a passagem há um ano e meio. Nós temos o bilhete único de R$ 2,95, que serve para duas viagens”, diz o prefeito do Rio. Mais cedo, o governador Sérgio Cabral também disse que é a favor da negociação. “Aqui sempre esteve aberto, viva a democracia. Viva a possibilidade de manifestações, viva a possibilidade de ir às ruas, e sempre de maneira pacífica e respeitosa”, afirmou.
(Fonte: O Globo
(Fonte: O Globo