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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Sandro Matos é investigado por fraude na merenda escolar de creches.


Feijão pelo dobro do preço, frango superfaturado e uma série de outras possíveis fraudes envolvendo duas licitações para o fornecimento da merenda escolar em São João de Meriti levaram o prefeito Sandro Matos e seu irmão de consideração, o deputado federal Marcelo Viviani Gonçalves, o Marcelo Matos, a serem investigados em um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). Agora, após dois anos de apuração, uma perícia vai analisar cada uma das milhares de notas fiscais apreendidas nas creches da cidade. Os irmãos Matos são suspeitos de fraudar as licitações 1/2009 e 26/2010, para que a empresa Home Bread Indústria e Comércio Ltda. saísse vencedora e pagasse uma porcentagem aos dois. Eles negam as acusações. O inquérito, foi autorizado pelo ministro Joaquim Barbosa, relator do caso, após uma denúncia anônima informar que só 40% da verba para merenda chegava aos pratos dos alunos, devido a superfaturamento e uso de notas frias. O relato detalhava suposto esquema de corrupção montado por Sandro e seu então secretário de Governo, Marcelo. "As licitações são aparentemente normais, mas, ao ganhar a licitação, o empresário é levado à sala do Sr. Marcelo Viviane, que explica: temos uma caixinha, pois, sem dinheiro, ninguém faz cam$, são 30% no dia de receber a fatura, traga dinheiro vivo", dizia a denúncia. Nova denúncia, uma semana antes de uma nova licitação, adiantou que a Home Bread ganharia outro certame, no valor de R$ 4.264.352,45. Foi o que ocorreu. No inquérito, uma petição do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a Joaquim Barbosa, aponta ainda um estranho excesso de exigências no edital, que só a Home Bread cumpriu. Ainda em 2011, o STF determinou que as 72 creches atendidas pelo contrato com a Home Bread enviassem as notas fiscais da merenda. Enquanto corria o prazo para a resposta, o MPF recebeu uma terceira denúncia, relatando uma reunião em que as diretoras de creches foram orientadas pela Secretaria de Educação a não entregar as notas fiscais ao STF. Logo após, uma carta enviada ao ministro Joaquim pela diretora da Associação Educacional Francisca Nubiana da Silva, Francisca Núbia da Silva, confirmou o sobrepreço e relatou a pressão sobre os diretores de creches de Meriti.O prefeito Sandro Matos negou qualquer fraude envolvendo o fornecimento de merenda escolar.


(Reprodução do Jornal EXTRA)