Abraji

Abraji

domingo, 5 de maio de 2013

Hospital agoniza com médicos que só dão plantão no papel.


 Grande fila se forma diante do balcão do Hospital Adão Pereira Nunes. São pessoas pobres, a maioria moradores da periferia da Baixada Fluminense, e sem planos de saúde. Ficam até cinco horas à espera do atendimento. Os corredores da emergência estão apinhados de doentes, e macas improvisadas viram leitos no corredor. O ritmo é lento. Faltam médicos para socorrer os pacientes. O homem responsável por colocar a emergência em ordem é Paulo Décio Escobar Paiva. Mas o oftalmologista está ocupado a 38 quilômetros de Saracuruna, Duque de Caxias. Dezenove pessoas pagaram R$ 60 e são atendidas por ele na Policlínica da Santa Casa de Misericórdia, em Cascadura, Zona Norte do Rio.Entre uma consulta e outra, Dr. Paiva fala ao celular. É do hospital. Curto e direto, avisa: “Não, não vou aí hoje, não. Estou passando mal, só vim aqui para não deixar meus pacientes na mão.” Desliga o aparelho e, parecendo buscar uma desculpa, emenda como se falasse sozinho