O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse na última segunda-feira que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) fez ataques “absolutamente desrespeitosos e covardes à presidente” Dilma Rousseff. Na última quarta-feira, em sessão no plenário da Casa, Bolsonaro afirmou que os protestos que pedem a saída do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão dos Direitos Humanos (CDH) é uma pressão feita por Dilma, que “não tem compromisso nenhum com a família”. Para embasar seu discurso, Bolsonaro argumentou que se a presidente tivesse esse compromisso não teria nomeado a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, para o cargo, uma “sapatona”, segundo ele. “Essa mulher (Eleonora) representa a sua mãe, Dilma Rousseff, a minha não. E nem as mulheres brasileiras”, criticou.“Bolsonaro é um notório defensor da ditadura. Ele fez ataques absolutamente desrespeitosos e covardes à presidente, atacou a mãe dela, inclusive. Isso é de uma brutalidade, de uma covardia ímpar. Portanto, ele merece um lugar: o lixo”, rebateu Chinaglia. “Não creio que alguém com uma sensibilidade mínima não tenha nojo disso”, completou o petista. Elogios a Feliciano: Na mesma sessão em que criticou a família de Dilma e a ministra Eleonora Menicucci, Bolsonaro falou que o Plano Nacional de Promoção e Cidadania de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, feito pela Secretaria de Direitos Humanos e outros ministérios, é um “estímulo à pedofilia”. O plano era defendido por deputados como Domingo Dutra (PT-MA), membro da Comissão de Direitos Humanos antes da eleição de Feliciano como presidente. Dutra renunciou a seu cargo na comissão em protesto à indicação do pastor no início deste mês. Citando medidas presentes no plano, Bolsonaro disse que a “inclusão da população LGBT em programas de alfabetização nas escolas públicas” são “cotas para professor homossexual na escola do ensino fundamental”. Segundo ele, a medida fará com que os alunos, principalmente os mais pobres, tenham como exemplo “um traveco”. Para o deputado, antes de Feliciano assumir a presidência da comissão, ela representava um “estímulo ao homossexualismo (sic) infantil” e pedofilia, além de garantir “grana no orçamento para paradas gays”. O parlamentar ainda parabenizou a bancada evangélica da Câmara e disse que entregou ao presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – que chegou a pedir a saída de Feliciano do cargo – o plano, que , segundo ele, é um “bacanal do PT e da Dilma Rousseff”.
(Fonte: Diário do Estado)