Abraji

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quinta-feira, 14 de março de 2013

Papa ressalta trabalho com pobres


 O novo Papa é uma pessoa simples, muito inteligente e que tem um forte compromisso com os pobres. Um homem que prepara a própria comida e que não se furtará a fazer muitas mudanças na Igreja Católica. Trata-se de um prelado tão pouco ligado à ostentação e ao luxo que, como arcebispo, não usava uma cruz de ouro no peito, mas uma feita de ferro. As revelações são de uma das melhores amigas do novo papa, uma argentina de 81 anos que é viúva de um bispo. É isso mesmo: Clelia Luro de Podestá casou-se, em 1972, com o bispo católico Jerónimo José Podestá, que morreria em 2000. A Constituição argentina estabelece que cabe ao Estado sustentar as atividades da Igreja Católica. O governo tem até uma Secretaria de Culto e uma Direção-Geral de Culto Católico. Cabe a este departamento, entre outras tarefas, propor projeto de orçamento anual para o financiamento do culto católico e até intervir em sua execução. Esta relação entre o Estado argentino e a Igreja favoreceu a colaboração de padres e bispos com a ditadura militar que vigorou entre 1976 e 1983. Em janeiro passado, em carta aberta ao Papa Bento 16, Clelia Luro de Podestá relembrou as perseguições sofridas por ela e pelo marido, ambos adversários dos militares. Relatou o apoio que obtiveram do então bispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara.  Na carta, ela narrou que, ameaçado, o casal precisou partir para o exílio. Disse que seu marido tentou denunciar ao Vaticano o “banho de sangue” na Argentina. “Mas Roma guardou silêncio”, escreveu. Ela ressaltou a colaboração da maior parte do episcopado de seu país com os militares.