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domingo, 22 de janeiro de 2012

Itaguaí, Seropédica e Japeri lideram mortes violentas não esclarecidas


Reprodução Folha de São Paulo





A matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo, assinada pelo competente Antônio Gois, resume estudos realizados sobre o assunto. O economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, (IPEA), concluiu um trabalho intitulado “Mortes violentas não esclarecidas e impunidade no Rio de Janeiro”. Ele demonstra que, desde 2007, as estatísticas de segurança no Estado sofreram um processo de "pacificação".
Segundo os números oficiais, os homicídios caíram de 7.099 em 2006 para 6.304 em 2007 e 5.064 em 2009. Uma queda de 28,7%. Cerqueira foi atrás de outro número: O das mortes violentas provocadas por causas externas “indeterminadas”. O cadáver vai ao legista e ele não diz se foi homicídio, acidente ou suicídio.
Até 2006, a taxa do Rio caía de 13 para 10 mortos para cada 100 mil habitantes. A do Brasil, de 6 para 5, onde permanece. Em 2007, início do governo de Sérgio Cabral (PMDB), os “indeterminados” passaram a ser 20 para cada 100 mil habitantes. Em 2009 foram 22, ou seja, 3.615 mortos. Com 8% da população do país, o Rio produziu 27% dos “indeterminados” nacionais.
Entre 2000 e 2006, o número de mortos por armas de fogo, sem que se pudesse dizer se foi acidente, suicídio ou homicídio, baixara para 148. A partir de 2007, os casos “indeterminados” cresceram e em 2009 chegaram a 538, um aumento de 263%. São Paulo, com uma população três vezes maior, registrou 145 casos.
Cerqueira foi além. Buscou o perfil das vítimas registrados expressamente como homicídio, acidente ou suicídios. Geralmente, de cada dez pessoas mortas por causa externa violenta, oito foram assassinadas. Essa vítima tende a ser parda e jovem, tem baixa escolaridade e morre na rua. Comparou esse perfil com os dos “indeterminados” e foi na mosca. Ele morreu de tiro, estava na rua, era pardo e tinha entre 4 e 7 anos de estudo.
Fazendo o mesmo teste com os “indeterminados” anteriores a 2006, o economista estimou que no Rio, na média, pacificavam-se 1.600 homicídios a cada ano. Em 2009, pacificaram-se 3.165. Com a palavra Daniel Cerqueira: “Um último número chama a atenção por ser completamente escandaloso, seja do ponto de vista da falência do sistema médico legal no Estado, seja por conspirar contra os direitos mais básicos do cidadão, de ter reconhecido o fim da sua existência: apenas em 2009, 2.797 pessoas morreram de morte violenta no Rio de Janeiro, e o Estado não conseguiu apurar não apenas se foi ou não um homicídio, mas não conseguiu sequer descobrir o meio ou o instrumento que gerou o óbito. Morreu por quê? Morreu de quê?”
Num exercício que não é da autoria de Cerqueira, se o Rio tivesse permanecido na taxa de “indeterminados” de 2006 e se 80% dos pacificados de 2009 fossem classificados como homicídios, a feliz estatística daquele ano passaria de 5.064 para 7.956 mortos (fonte: site coletivo dar).
Analisando as informações, concluo que o aumento nas causas da violência estão ligados diretamente aos crescimento das cidades e a falta da presença do estado no policiamento ostensivo, realizado pela Policia Militar. Em relação a causa de óbitos violentos de causa desconhecida, as cidades que lideram o ranking, são atendidas pelo mesmo Instituto Médico Legal (IML), de Nova Iguaçu. Apenas coincidência? Nesta postagem resolvi abordar este tema pela importância do envolvimento da Baixada Fluminense. As autoridades de Segurança Pública, comemorando a queda nos índices de violência e onde vivemos, a dura realidade dos números "maquiados". As autoridades estaduais precisam acordar para este e demais problemas que envolvem a Baixada Fluminense. Onde estão os deputados federais e estaduais eleitos na região?