OSCAR BERRO,56 anos, médico sanitarista e secretário de Saúde de São João de Meriti, critica a intenção do governo federal de contratar médicos estrangeiros para suprir a carência de profissionais no país. Na sua opinião, o mais importante é oferecer mais infraestrutura aos hospitais. Ex-presidente do Conselho Técnico do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada Fluminense (Cisbaf), Oscar Berro aposta na integração entre secretários de Saúde e prefeitos para superar as dificuldades da região. Sou contra. Acho um equívoco. Os médicos não trabalham em lugares distantes porque os salários não são atrativos. Escrevi na minha página no Facebook que o governo está pensando em criar a Bolsa Champollion (Jean Champollion foi um francês que se notabilizou por decifrar os hieróglifos egípcios). É o que falta, ter que traduzir todos os ensinamentos de Medicina para os estrangeiros. O que precisa ser feito é melhorar a infraestrutura dos hospitais em todo o país. Vejo com otimismo. Acho que há maior integração entre os prefeitos da região e vejo também secretários de Saúde mais capacitados. Precisamos nos unir e reivindicar mais hospitais. Quais os hospitais que temos? Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, Moacyr do Carmo, e Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Caxias, e acabou. Temos ainda o Melchíades Calazans, em Nilópolis, mas é hospital de porta fechada (referência em maternidade de alto risco). O Hospital Municipal Joca, em Belford Roxo, é um pré-hospitalar fixo. Já o município do Rio herdou todos os hospitais da antiga capital federal, além de ter uma receita muito maior do que os vizinhos da Baixada O principal deles é investir na saúde básica. Hoje, temos apenas 33% de cobertura do Programa Saúde da Família, que agora mudou de nome. Se chama Estratégia da Saúde da Família. Em mais dois anos, quero atingir 80% do município. Outro ponto importante é criar o programa de governo para a área da Saúde. Quem assumir no próximo mandato já fai encontrar essa estrutura.
(Fonte; Jornal EXTRA)
(Fonte; Jornal EXTRA)